quinta-feira, 22 de março de 2012

Depois



Como ninguém lê isso aqui mesmo, posso me dar ao luxo de ser "pessoal".
Não que eu não tenha sido em nenhum outro momento, ou texto. Mas hoje se faz realmente necessário usar o "Eu" para escrever.

Saca aqueles dias onde surgem dúvidas, problemas, questionamentos sobre a vida... entre tantas outras coisas? Pois bem, acredito que assim como eu, tu deva passar por isso com uma frequência, por vezes, assustadora. Hoje foi um desses dias. Mas o "hoje", poderia perfeitamente ser "ontem", ou amanhã... o fato do "hoje" ter sido usado, é mais para acompanhar o ritmo desse devaneio.

Isso será uma resenha sobre um dia, que pode ser o último, ou mais um, ou menos um... "Hoje" me peguei pensando naquilo que deixaria para trás. E perguntei: "o que, de fato, deixaria para trás?"

Amigos?
Família?
Casa... vida?

No fim do raciocínio concluí que não conseguiria deixar nada/ninguém para trás. Não sou desses, nunca fui. E duvido muito que um dia consiga ser. Tenho sérios problemas com esse tal de "desapego". Alias, que palavrinha mais feia, e por vezes, ofensiva.

Talvez eu devesse ser daqueles que conseguem virar as coisas após um "adeus", e seguir a diante. Em alguns momentos, acabado achando que essa deveria ser um atitude mais frequente, mas eu realmente não consigo resolver algo virando as costas. Não consigo. Mas isso ai é assunto recorrente nesses textos abaixo, não preciso ficar me prolongando.

Hoje, tive uma experiência nova. Vi algo de forma que nunca tinha enxergado antes. Passei por isso algumas vezes, mas perto do que foi hoje, tudo me parece muito superficial. Hoje eu fui tocado por algo que, supus conhecer, mas por fim era algo totalmente desproporcional ao que havia acreditado ser.

E por isso me vi pensando, "o que eu deixaria para trás?". Mais profundo ainda: "se minha vida acabasse nesse momento, agora... PUM! será que eu iria satisfeito?". Honestamente, a resposta foi muito mais dolorosa do que eu imaginava.

Escrevi muita coisa. Mas muito ainda foi deixado em branco.

Hoje eu me senti só. Hoje eu me pego pensando no que viria depois "disso". Tudo que me pediram pra ser, não valeu nesse momento. Minha fé não "valeu", ser otimista muito menos. Me peguei fazendo a pergunta mais piega de todas: "porque comigo?". Mas no que eu sou tão diferente de alguém? Porque eu mereceria menos ou mais que qualquer outro ser vivo dessa galáxia? Na verdade eu sigo me perguntando isso, mesmo escrevendo isso de forma descoordenada. Estou vomitando palavras sem sentido, e organizando (ou tentando) em virgulas, parágrafos. E tudo isso não é sobre alguém (ao menos dessa vez. rs), isso é sobre algo maior. Maior que eu, maior que você, maior que qualquer um de nós. É o inevitável.

Isso aqui é um preludio do que está por vir. Quis deixar isso aqui, para que de alguma forma eu possa voltar e poder lembrar do que eu senti hoje. Isso é sobre mim, sobre algo que está vivo em mim. Precisava colocar isso em algum lugar, antes que isso me levasse a loucura, já que levou todas as minhas lágrimas (ainda tenho algumas, mas por hoje, foram-se todas).

Tudo isso só me fez pensar no que vem "depois"... depois de hoje, depois de 5 minutos atrás, depois de agora.

Nem pelas vias da dor eu consegui me livrar de ti. Acho que isso era o que eu precisava entender, mais uma vez. E mesmo sabendo que eu vou sofrer, e passar por isso sozinho... sei que depois disso, eu vou estar forte. Mesmo sem saber o que vem depois...


segunda-feira, 19 de março de 2012

tempo de...


Porque eu... Porque você...

Dizem que o amor não faria isso. Disseram que o amor não é pra "isso".
Quando foi que as atualizações de amor foram atualizadas?
Devem ter sido, e não percebi. Nada disso me parece sombra de amor, querer...

Dentro das antigas escrituras, apurados de textos de filósofos, músicos, loucos..., o consenso era que amor pede luta, pede desejo, querer... para um dia se chegar a bendita paz. Mas o tempo provou que: desde quando existe consenso no amor?

É um tempo estranho para aqueles que acreditam no lado piegas do tal sentimento mais nobre. Se fosse para acreditar em eras, ciclos, ano chinês... diria que não é tempo de amor. Ou talvez, não seja tempo de acreditar nele.


quarta-feira, 14 de março de 2012

Se essas paredes falassem...


O mesmo caminho...
O mesmo ponto...
O mesmo lugar...

De novo em um ninho que criei longe de casa.
Tão estranho estar aqui sem o proposito de tantas outras vezes. Mais estranho ainda olhar para os lados, ver as cenas de um passado, que deveria ser mais recente. Ou que talvez, realmente, devesse ser uma realidade.

Posso ver os nossos movimentos. Eramos bons atores, nessa cena de amor. Muito bons, de fato. Pena que nem toda trama vive de "finais" felizes.

É realmente estranho estar aqui... tão perto, e tão longe.

Eu gostaria de ouvir o que essas paredes tem a dizer, qualquer palavra seria melhor que esse silêncio assustador. Ao menos elas ficaram com nossas melhores imagens e falas.

Vicarious



Não sei sorrir;
Não sei fingir;

Além de perder meu amor... hoje já não tenho mais meu melhor amigo.
O Silêncio que, por tantas vezes, foi meu analista, meu mentor, meu mais ferrenho crítico, hoje é o que me sufoca.

Desculpe, mas não sei lidar com aquilo que ficou por ser dito, mas é omitido.
Não consigo "simplesmente" seguir a vida, e fingir que nada aconteceu. Não me ensinaram a ser assim. E sou grato por isso.

Eu só queria ouvir a mesma voz...
Eu só queria acreditar nas mesmas coisas...
Eu só queria a rotina... a mesmice.

Mas no fundo, o sacrifício é por um riso distante. É por uma chance de vida pra um de nós. E nós bem sabemos quem é que...




sexta-feira, 2 de março de 2012

Alzheimer

Por quantas vezes, oramos aos céus para simplesmente esquecer; Como se essa fosse a solução para os problemas que, dia após dia, insistem em consumir nosso juízo, almas... vidas.

Apagar de uma vez por todas, de forma indolor até, as memorias que, hoje, simplesmente evidenciam uma vida que não queremos viver. Uma realidade que não queremos compartilhar. Um sonho que não é mais nosso. Ou talvez seja, mas só no nosso subconsciente. Só no "nosso mundo" imaginário. Aquele que criamos para nos blindar de todo o mal que, inevitavelmente, viria a nos atingir.

Hoje, somos fantasmas há assombrar a vida dos que estão ao redor.
Somos meros corpos há ocupar espaço. Física elementar.

Quem não já se perdeu em contas, de quantas vezes viu o dia raiar ao horizonte, assim como viu a noite partir, sem ao menos diferenciar quantos dias se passaram em claro.
Quem não quis desafiar as teorias de tempo e espaço, pois, dolorosamente, descobriu que a relatividade do tempo é medida pela forma como se acumula experiências, não pelas horas que os rélogios teimam em contar.

Pensar é o exercício que esvai todas as energias do teu corpo;

Como lidar com uma vida, onde nossa consciência, teima em ser nossa maior inimiga?

Entendemos que não somos capazes de ir contra marés tenebrosas; Sabe-se que a força de vontade não é mais peso de medida para qualquer sentimento; Compreendesse que "querer" não é mais determinante para seja lá qual for o caminho, ou escolha, que tu deva seguir;

Então como é que se avalia nossas necessidades?

Nesse ponto, voltamos a uma realidade que é só nossa.
A realidade onde não somos os que definem por qual caminhos seguiremos. O mundo onde o amor deixou de ser alegria. Onde a felicidade deixou der se conscequência, e se tornou carma. E que o nosso carma é viver longe de nosso amor.

Amor não é sofrer;
Não é provar que se sente mais ou menos;
Não é ser a única razão para se viver;

Sabe-se que é subjetivo;
Sabe-se que é inconstante;
Por vezes, e na maioria dos casos, "injusto";

Mas não estou, ou estamos aqui por clamar justiça. Vivemos em uma realidade onde a Justiça é feita pelas próprias mãos. E é talvez, por esse viés, que deveríamos seguir. Lutar pelas nossas próprias mãos, guerrear com nossas próprias armas.

De qualquer forma, seria cansativo, doloroso... por vezes, até penoso. Mas se toda luta perder o ideal, talvez o sentimento tenha perdido o seu "porque". Talvez "amar" também não seja lutar.

E é nesse momento que voltamos a querer esquecer, para superar. Como se essa fosse a solução para uma vida de derrotas.

Talvez nessa hora, todos sonhem com o "bem" de Alzheimer.
Talvez esquecer, seja a escolha que todos fariam, no fim das contas.


Pena que nunca foi, e nunca será a minha escolha.