quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Deficiência D



- O dia em que a luxúria não será o suficiente.

Rompimentos, atritos, acasos... qual o nome daquilo que tu vem passando por agora?
Como tu consegue lidar com isso?!


Invariavelmente, pessoas trazem mudanças. Mudanças criam novos hábitos. Novos hábitos criam manias. Manias criam vícios. Vícios criam dependência. Dependência cria sofrimento. Sofrimento leva a... novas mudanças.


Quem preenche os "vazios" que o acaso te trouxe?
Novamente, como lidar com as mudanças que, ocasionalmente, irão surgir em tua vida?


Não se sinta mal por não conseguir respirar com a mesma sincronia de antes.
Teu sofrimento tem nome, causa, e cura. Mas o SUS não vai te ajudar. Caio Fernando Abreu muito menos. Teu tratamento precisa ser diário. Doses, quase que, homeopáticas de realidade. Homeopatia que é quase um placebo diante dos teus olhos. Nem paracetamol iria te ajudar a fazer tua cabeça parar de pulsar, como se teu cérebro fizesse parte da sinfonia mais brega e piegas que o "amor" te faz sentir.


Sim... "amor".


Dos vários conceitos que o sentimento mais desejado, e odiado na mesma intensidade, qual que descreve melhor o que tu sente? Teu amor está entre parênteses? Tua vida está entre os mesmos?


Nada mais justo pro teu coração, que tanto sofreu por aquele(a) que partiu, se sinta frágil, vazio, escuro, até mesmo sem vida.


Viva a deficiência.
Celebremos o auto-conhecimento.


- Sim... mágoas ficam.
- Rancor? Talvez.
- Medo? Com certeza.


"Quem se responsabiliza pelas chagas deixadas?" - Ninguém!


O "amor" vale tanto quanto as tendências. Tudo é interessante, até a próxima estação. Qual será a próxima atração?


Não... não estou te dizendo que o que tu sentiu foi uma mentira. Aquilo foi real, mas tinha data de validade, assim como tudo que é vivo nesse planeta, universo... vida. E, ao perceber que a validade expirou, aquele(a), que se sente o(a) guardião(a) das verdades absolutas da vida, partirá em mais uma viagem insana pela "verdadeira felicidade".


O que é se sentir vivo?
O que é estar vivo?


Talvez essa resposta só surja no meu, no teu, último suspiro. Talvez a maior epifania de todas, esteja reservada pro ato final. O Grand Finale! Até lá, o que nos espera?


Não faço a menor ideia, meus amigos. Nesse meio tempo, tento curar minhas próprias deficiências. Tento curar o que, aparentemente, é incurável. E pelo meio do caminho, tento diminuir a troca de peles que a serpente que vive em todos nós, faz. Tento não mudar tanto a verdadeira imagem que tenho de mim mesmo.


Talvez tu não se lembre mais de mim...
É bem verdade que já não me vejo mais nos retratos. O espelho tem um reflexo estranho.
Vejo muito mais de ti, do que a sombra daquilo que um dia eu fui.


Mas a culpa disse é só da minha deficiência. Preciso repor as vitaminas.






|namaste